Criei o espaço para publicar minhas idéias, digo poemas, apenas pensamentos espremidos até formarem versos. Puramente leigo, mais um diário que qualquer coisa.

Uma descrição do que passa por mim e do que fica, meu ponto de vista que é bastante restrito, desse tecido tão interessante, a alma humana.

Espero que apreciem a visita.


Todas as imagens são da internet e de propriedade dos respectivos sites.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Escrevo-me

Em ato exposto e visualizado
meu poema é sempre auto-retrato
esse rasgo de alma que se mostra
em nudez explícita e descarada
entrelinhas não escondem nada

Mostrar esse pedaço pequeno
como é uma foto, instantânea
aprisionar um único momento
transcrito em fonemas simples
como pintar-se nu, ao espelho

Tanta coisa cabe nessas minhas rimas
as vezes tão pobres ou mesmo nulas
que dançam ao som do riso histérico
ou choram com amargura descabida
a intensidade vívida em contraste

Ler-se como se fosse outro e ser
interpretado como se fosse alguém
deixar marcados os pequenos passos
que ficam na areia até outra onda
nessa ciranda poemada que se lê aqui.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Eu lírico, em romance

Um sonho bem sólido
maior que meus medos,
um amor que queime
forte o frio da solidão.

Um trabalho interessante
que me faça seguir sempre,
uma família presente
e a escolhida, os amigos.

Quero ter um sorriso
aberto e franco a todos,
a lágrima solta e sincera
que rega nosso crescimento.

Quero braços abertos
abraço hospitaleiro presente,
uma casa bem grande e cheia
sempre bagunçada em desordem
por onde fica minha gente.

Ah! O carinho amado e suave
esse eu quero ter sempre,
aquele amor puro e censurado
que nada cobra pra ser amado.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Abismada




Estranho vazio inerte e invisível
vendo o mundo por uma redoma
vidro intransponível e inquebrável
lacre eterno que deixa passar luz
e com ela ofusco sensíveis retinas
gravando em filme de emoção
o correr desses rios que passam

Passa a redoma girando afora, sombra
entre tantas almas andando coloridas
tanta vida tanta alegria gritando
cá dentro chega tudo em luz intensa
alcança a alma fugidia e assustadiça
em corrida bruta tudo se encolhe

Vidro frio e insensível nada passa
lá dentro tudo parece tão quieto
as retinas dilatadas encolhem
uma exclamação muda, um eco
O som reverbera nas paredes
uma exclamação muda, um eco
as retinas dilatadas encolhem
lá dentro tudo parece tão quieto
Vidro frio e insensível...

em corrida bruta tudo se encolhe
alcança a alma fugidia e assustadiça
cá dentro chega tudo em luz intensa
tanta vida tanta alegria gritando
entre tantas almas andando coloridas
Passa a redoma girando afora, sombra

O cinza desbotado que não é cor
cala o colorido e assusta a luz
torna a virar e escorre camuflado
a paisagem toma cor novamente
o som volta a vibrar o ar
e as exclamações mudas seguem
sem conseguir alçar seu voo
reverberam no infinito em cinza


terça-feira, 19 de abril de 2011

Inspiração alheia

Em jorro vívido e vermelho
sangue velho e coagulado escapa
entre cerca apertada dos dentes
fluido viscoso que escorre e queima
aberta a víscera e desmantela
passa adiante derretendo, mudando

Um pulo no escuro jogar-se ao abismo
enfrentar o medo dentro de si
e virar-se ao inimigo revolto
o espelho que é igual oposto
essa teima constante que se quebra
desgasta por dentro e tudo arrasa

Argumentação infinita que se move
entre outras discussões da teia
cruzando caminhos e pisando espinhos
expele o resultado verborrágico
o veneno destilado desse resultado
atirado em versos desconexos

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Por onde anda?

O bendito ser que pode colocar
luz nos meus olhos, enormes asas
nos meus pensamentos mais coloridos
acelera meu coração com um só toque
faz arrepiar aos cabelos na nuca
tem os braços mais quentes do planeta
o som musical que discorre sempre
como se tudo soubesse e de tudo visse
que é belo sem tentar sê-lo
esse que devora com um olhar mais longo
despe-me com um pensamento e toma
minha alma inteira num beijo
com a maior paciência do mundo
aceita todo comentário sem graça
e sabe ficar em silêncio quando
toda tormenta deste coração rompe.

Ser em extinção nessa era descartável
onde hoje se tem o que amanhã é nada
o desejo é só que importa nesse vazio
fome de liberdade infinita, inexorável
esquecida das prisões do amor
o traumático cárcere de comprometer
sua palavra com único ser.

Se me encontrares toma-me com fúria
enfrenta minhas recusas todas e
derruba o muro forte do desdém
e não largues assim tão fácil
serei eternamente grata, e apaixonada.

domingo, 10 de abril de 2011

Um modelo, um molde, que navega a esmo

Essa massa plástica e convulsa
que torna e distorce sobre si
trata de desvendar mistérios
gerando novos caminhos e entendimento
tudo tão tênue e tão precário
uma sobra de matéria que se faz idéia
essa mesma plástica dura como rocha
fixa-se e transtorna, sem deixar ir

Esse pensar metódico desmesurado
o medo de tudo formar-se errado
paixão que arde em dúvida
amor que renova-se todos os dias
o vento que troca de direção
qual é a mão que opera estes milagres?

Massa constante de suas inconstâncias
no vagar nessa órbita irremediável
tentando achar rumo no inexorável caminho
uma vontade tão forte que molda
a cada passo um pouco mais resistente
até que nada aguente e desfaça
em quantos pedaços couber essa mente

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Com esses meus olhos

Em tempos de distração, perco
a vista para o mundo lá fora
me embalo com a beleza do que vejo
sorrisos soltos e conversas fragmentadas
vento nos cabelos e risadas
um abraço, um beijo
Essas janelas de minh´alma se esquecem
e param no tempo a contemplar
vida pulsante, instantes
a beleza intrínseca de todas as coisas
com ou sem um plano definido
fazendo ou não completo sentido
sinto-as todas como se visse um filme
minha inocência de menina admira
e reverencia a pureza do ser
fazendo-se verbo, presente e futuro

Conjugação do poema

Eu poemo
Tu lês
Ele comenta
Nós entendemos
Vós criticais
Eles decidem

domingo, 3 de abril de 2011

E quero

Ser a chama que trespassa
vento morno que enleva
A palavra decidida e final

O esgar de dor o nascer a cria
o grito de dor e lágrima morna
essa chama ardente de fúria

Sedução em misto de penúria
A briga regada de compreensão
dualidade extremada em carne

Aquela que sente acima de tudo
que é tantas coisas em um corpo
essa doçura disfarçada em fel

Quero ser isso tudo, tanto
sendo apenas um ser como outras
essa maravilha de ser mulher