Tudo se diz, pode ser visto ao olhar
Nada do que há sob a luz é claro
Mas quando tenta prescutar
almas, sentimentos e misterios
Quem os poderia observar?
Diga-me onde achar a cor
da felicidade, do ódio, do amor
Com que se parece a cobiça, a inveja
Que monstro então não seriam?
A beleza de conhecer alguém
Tatear no obscuro de uma mente
Procurando trilhas conhecidas
Caminhos que possamos seguir
Para dividir-mos experiências
Trocando confidências, carencias
Relacionar-se com outrém
Tem todo um encanto, um porém
A magica de ver o invisível
Cheirar o insensível
Apalpar feridas intocáveis
Suturar hemorragias inalcançáveis
Sossegar o fogo instável, inconstante
A alma humana é tão bela
Tão poética e cheia de mistério
Um mundo cheio do belo
O pode ser horrível império
Constrói-se lentamente
Mas pode destruír-se num instante
Não obstante, sufocar, amar, sentir
Mudar, transformar, viver!
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