Criei o espaço para publicar minhas idéias, digo poemas, apenas pensamentos espremidos até formarem versos. Puramente leigo, mais um diário que qualquer coisa.

Uma descrição do que passa por mim e do que fica, meu ponto de vista que é bastante restrito, desse tecido tão interessante, a alma humana.

Espero que apreciem a visita.


Todas as imagens são da internet e de propriedade dos respectivos sites.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Flor de estufa

A sensibilidade típica, me é extremada
nascida em estufa, protegida e cuidada
toda paixão que é tórrida, me derruba
o amor é um sol de verão extenuante
mas a solidão continuada esse inverno
não deixa que brotem minhas pétalas
Esse paradoxo constante, gratuito.

Fugir da cadeia, deixar ser levada
mudar de forma e tornar-me adaptada
essa natureza extrema sempre em fuga
explosões momentâneas, sim vibrantes
seguidas de pavor completo e interno
faz arrefecer a alma e fechar sépalas
para que volte a explodir, fortuito.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Solitário

Um brilhante bruto e incluso
retraído na própria essência
descabido em pureza protegido
envolto em rocha bruta escura.

Com o devido polimento,
depois de muito tormento
uma jóia, raro ornamento
seria esse seu intento?

Flor belíssima, lírio
surgido em lugar remoto
arrancado para servir
ao belíssimo arranjo.

Toda beleza realçada
toda natureza forçada
essa busca perfeita
de toda obra inacabada.

Solidão

É a minha loucura que mantém
plena minha sanidade, é fato
sem medo de negar, a origem
de todo o erro é preocupação

Desorientado senso, resignação
acostumar-se a cumprir o dever
a essa horrível convivência
o social depressor do racional

Medo terrível de diferir
tantas regras a servir
as razões para definir
nem pensar, é só seguir.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Reticências

E essa fome de conteúdo
esse desejo absurdo de
enfiar sentido por tudo
em cada lugar encaixado
meu eu nasceu quadrado

Fazer tudo errado certo
cabendo no espaço aberto
escondendo os defeitos
amontoando as falhas

Ah esse risco absurdo
de desconhecer o mundo
não ter milhão de amores
nem ser o Sol da galáxia

De deixar desabrochar
de não forçar a beleza
não gritar aos ventos
que sou mais um, igual.

Esse horror de gostar
achar uma graça diferente
em tudo que não é padrão
as exceções, fascinantes...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Vibrando rimas

As coisas que coisam por mim,
as coisas que me prendem aqui
as coisas que todos me dizem
as coisas que vem por ai

Coisas perdidas no tempo
coisam com meu pensamento
coisas são apenas as coisas
coisando a todo momento

As coisas que vibram meu ser
que modulam o meu movimento
As coisas que mudam meu ser
que alteram o meu sentimento

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Andando ...

Corri o mundo todo a procurar
o tesouro mais bonito pra ficar
Alcancei o mais alto sacrifício
para sentir por mim o que é se doar
Tentei todas as fórmulas sabidas
pra encantar a gente, ser querida
Ah, como corri contra o vento
querendo sempre passar esse tempo
Fugi da tempestade, por medo
pra não expor meus feridos.

Quem faz por si, tanto mais ganha
aquele que achou os amigos
esse tesouro de maior valia
porque não há nessa passagem
melhor coisa que a viagem
mas tem que vê-la por si, só
Ignorar os maus ventos, tormentas
correr no tempo é desperdício
ele que já passa tão depressa
Nem deixar de lado o que importa
E isso, cada um sabe de si.

Batatinha quando nasce

Nasci sem saber andar
mas atiro-me correndo
por ai nesse mundão
Nasci sem saber sonhar
mesmo assim eu tropeço
flutuante, por ai a viajar
Nasci sem saber querer
mas me torce o miocárdio
cada gesto e sorriso teu
Nasci sem saber amar
espero alguém me ensinar
sempre e de novo, recomeçar.