Criei o espaço para publicar minhas idéias, digo poemas, apenas pensamentos espremidos até formarem versos. Puramente leigo, mais um diário que qualquer coisa.

Uma descrição do que passa por mim e do que fica, meu ponto de vista que é bastante restrito, desse tecido tão interessante, a alma humana.

Espero que apreciem a visita.


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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Abismada




Estranho vazio inerte e invisível
vendo o mundo por uma redoma
vidro intransponível e inquebrável
lacre eterno que deixa passar luz
e com ela ofusco sensíveis retinas
gravando em filme de emoção
o correr desses rios que passam

Passa a redoma girando afora, sombra
entre tantas almas andando coloridas
tanta vida tanta alegria gritando
cá dentro chega tudo em luz intensa
alcança a alma fugidia e assustadiça
em corrida bruta tudo se encolhe

Vidro frio e insensível nada passa
lá dentro tudo parece tão quieto
as retinas dilatadas encolhem
uma exclamação muda, um eco
O som reverbera nas paredes
uma exclamação muda, um eco
as retinas dilatadas encolhem
lá dentro tudo parece tão quieto
Vidro frio e insensível...

em corrida bruta tudo se encolhe
alcança a alma fugidia e assustadiça
cá dentro chega tudo em luz intensa
tanta vida tanta alegria gritando
entre tantas almas andando coloridas
Passa a redoma girando afora, sombra

O cinza desbotado que não é cor
cala o colorido e assusta a luz
torna a virar e escorre camuflado
a paisagem toma cor novamente
o som volta a vibrar o ar
e as exclamações mudas seguem
sem conseguir alçar seu voo
reverberam no infinito em cinza


2 comentários:

  1. Um tom simbólico e interpretável.
    ''lá dentro tudo parece tão quieto''
    As vezes, sinto esse silêncio,
    e a ausência de cores.
    Mas logo ''a paisagem toma cor novamente''
    Belo texto, um abraço!

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